Mortal (26.01.11)

Eu perguntei à minha mãe um dia,
Debaixo de uma árvore de figos,
Por que mentiam tanto meus amigos...
E ela me disse, com sabedoria:

_Imagine, meu anjo, uma alegria
Enorme à tal maneira dos antigos...
E, sem que tu esperasses, inimigos
Invadissem teu lar, tua moradia...

_Mas, que tem isso a ver, mamãe? Diz logo...
_Não tivesse isso acontecido, o fogo
Alegre não iria se apagar...

Mentindo, algo inda triste não destrói...
De fato, é que a Verdade sempre dói,
Meu filho, e, às vezes, pode até matar...


Victória Freitas

3 comentários:

  1. Ah, que bom que existem mentes como a sua, fico feliz de poder ler sonetos tão bons e nada pretensiosos!!!
    grande abraço!

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  2. Esse soneto me lembrou MUITO o poema Debaixo do Tamarindo, do Augusto dos Anjos.

    E sim, às vezes a verdade é mais cruel do que uma bela mentira...

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  3. Este é outro do qual eu gostei muito, apesar de que apreciei toda a tua obra! Já estou seguindo-te! Ah, achei muito interessante, o que me falaste de ter nascido no dia 14 de Setembro, um dia após o meu. Até mais.

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