Quando te via só, com teu cigarro
A fomentar o corpo teu, sedento,
Eu, na janela, a chalrear co' vento,
Imaginava em tua boca o sarro
Viscoso, fétido, tal como o escarro...
Mas, inda assim, meu fervoroso intento
Não se aquietava nunca no momento
Que se passava a história que a ti narro...
Aquele objeto ardia no lugar
Onde meu beijo ansiava por estar
Inda que os olhos teus me não soubessem...
Então não julgues mal meu medo incerto
De que essa coisa vil chegue mais perto
Tomando os beijos que me tanto aquecem.
Victória Freitas
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