Estranha (07-06-10)

Sei que sentes no peito um gosto amargo,
Porque tentaste alçar vôo e pesadas
Sentiste as fracas asas enxarcadas
De tantas lágrimas; teu triste embargo!

Como se ouvisses um obscuro Largo,
Tocado ao longe, triste nas passadas,
Com duvidosos tons, notas erradas,
Transformaste teu corpo mais letargo.


Sinto, mas tanta força em mim não tenho
Para abrir mão do meu maior Amor;
Não te enraiveças com meu não empenho.

Desafinaste as notas do teu canto...
Não posso agir, tão cega, a teu favor
Para acudir tua dor e arder-me em pranto.


Victória Freitas

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